Planejamento da safra: a importância da gestão da fertilidade do solo para o aumento da produtividade agrícola.
Nas últimas décadas, o Brasil tornou-se o principal produtor e exportador agrícola do mundo. A tecnologia empregada nas lavouras do país, como maquinários, modificação genética de sementes, sistemas de irrigação, entre outras, tiveram um importante papel para o recorde de safras. Porém, o que se observa é que ainda temos muito para evoluir, principalmente quando falamos do planejamento voltado à fertilidade do solo e nutrição das plantas.
Um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), e publicado pela Embrapa, revelou que, no mundo, 30% dos solos estão degradados. Ainda, que até 2050, o planeta sofrerá com mais de 10% de perdas agrícolas.
Esse cenário gera uma série de ameaças ao agronegócio, como desequilíbrio de nutrientes, perda de matéria orgânica e compactação. Diante dessa perspectiva, é fundamental que consultores e agricultores aprendam a evitar perdas agrícolas por conta dos problemas no solo, e o planejamento é o ponto de partida para uma produção sustentável.
Fertilidade do solo é essencial à produção agrícola.
“Conhecer a fertilidade do solo é conhecer a solução para a sobrevivência do homem neste planeta.” International Plant Nutrition Institute – IPNI.
A frase acima reflete, com exatidão, como a fertilidade do solo é essencial à produção agrícola.
Sendo assim, traçar um plano para alcançar alta produtividade, tomando por base a fertilidade do solo, é uma ótima estratégia.
Neste artigo, vamos explicar, de forma simples e direta, a importância do planejamento de fertilidade do solo, o impacto no resultado final da produção e quais as tecnologias que podem ser adotadas para aumentar a produtividade. Confira!
Características do solo brasileiro.
Antes de falarmos sobre fertilidade e de como realizar o planejamento de forma eficiente, precisamos entender quais as reais condições e necessidades dos solos com os quais trabalhamos.
Os solos brasileiros são muito antigos e lavados, e, por esse motivo, possuem forte limitação química, exigindo dos produtores uma gestão eficiente da fertilidade para produzir com competitividade.
Cerca de 90% dos solos brasileiros possuem déficit de nutrientes como cálcio e magnésio, além de uma acidez elevada e muito alumínio. O excesso de alumínio é tóxico às plantas, limita o crescimento das raízes e o desenvolvimento das plantas, interfere diretamente na disponibilidade de fosfato e inibe a absorção de ferro.
Por isso, precisamos adotar ações de construção da fertilidade do solo, e na sequência, aplicar estratégias para que esse solo se mantenha produtivo.
Planejamento agrícola: Simplificar não é o melhor caminho.
A agricultura é uma atividade de ciclos. O da natureza, das estações do clima, da época de plantio e do momento da colheita. Quando isso tudo acontece em uma área pequena, é mais fácil organizar as atividades. Mas quando temos um espaço maior, com muitos talhões diferentes entre si – tanto em potencial como em oportunidade – é natural que o produtor opte por soluções mais habituais porque ele não consegue lidar com todas as possibilidades.
Exemplos muito comuns sobre simplificar as decisões: “Vou aplicar calcário em 1/3 da minha fazenda todo ano; vou iniciar o plantio no mesmo talhão sempre; vou manter o mesmo nível de fertilizante em todos os talhões porque, assim, eu tenho certeza do resultado; vou fazer agricultura de precisão em toda a área e daqui há três anos faço novamente para ver se mantenho.”
Essas “simplificações” levam a erros no planejamento, que, por sua vez, resulta em desperdício de recursos e baixa produtividade.
“Devemos planejar porque muito dinheiro está sendo perdido nessas simplificações.” Leonardo Menegatti – CEO da InCeres.
A simples decisão de definir que tecnologia será utilizada no período da safra pode custar caro ao agricultor. Diante da grande oferta de tecnologia no mercado, o agricultor fica em dúvida sobre qual é a mais adequada para o seu caso e qual trará mais resultados no ano-safra? As respostas não são fáceis de serem encontradas.
Como a agricultura digital nos ajuda a ser mais eficientes.
A jornada do agricultor é muito longa, pois passa por várias etapas: planejamento, dois plantios de safra, duas colheitas e inúmeras operações de tratamentos das culturas que existem na propriedade. Ao longo desse processo, o agricultor precisa tomar inúmeras decisões e, muitas vezes, ele se perde porque acaba focando em detalhes ou percepções empíricas e não observa sua lavoura como um todo.
A agricultura digital vem para suprir essa necessidade de informações, pois oferece ferramentas para que o produtor tenha acesso a dados sobre o histórico e as características de cada talhão, possibilitando organizar e analisar com profundidade os cenários – o que intuitivamente não consegue – e, a partir desses dados, tomar as melhores decisões e obter os melhores resultados.
Qual a tecnologia mais adequada para trabalhar a fertilidade do solo.
Existem tecnologias específicas para deixar o solo mais fértil: agricultura convencional, zona de manejo e agricultura de precisão plena.
A “agricultura convencional” é o método mais comum de manejo do solo, no qual as práticas agrícolas são realizadas em áreas uniformes e sem considerar as variações existentes no terreno. Nesse método, o solo é preparado de forma geral, sem levar em conta as suas necessidades específicas. O uso de adubos, sementes e agrotóxicos é feito de maneira única em toda a área plantada. Essa solução apresenta o menor custo de utilização.
Já a “zona de manejo” é uma abordagem mais sofisticada sobre a fertilidade do solo. A propriedade é dividida em áreas que têm características semelhantes de solo e vegetação. Cada zona recebe o tratamento de acordo com suas necessidades, por meio de análises de solo e monitoramento constante do crescimento das plantas. Devido às suas características, essa estratégia possui custo intermediário entre o convencional e a agricultura de precisão plena.
Por fim, a “agricultura de precisão plena“ é a técnica mais intensa de manejo do solo, e que utiliza tecnologias como GPS, drones e sensores para coletar informações detalhadas sobre a propriedade. Com esses dados, é possível fazer uma análise precisa do solo e aplicar os insumos de forma personalizada , ou seja, de acordo com as necessidades de cada área. Essa abordagem é capaz de otimizar os recursos, reduzir os custos e aumentar a produtividade de forma sustentável, porém, é mais custosa no quesito levantamento de dados e informações.
Cada uma dessas tecnologias resolve um problema específico. Criar um plano e uma estratégia para serem implementados é uma forma de otimizar os recursos e não onerar a produção.
Acompanhe esse caso na prática.
Alex Cidral é agricultor em Santa Catarina, e há muito tempo utiliza a agricultura de precisão. Em 2008, ele começou mostrando o solo de sua fazenda em grade de 5 hectares; anos depois, passou para uma grade de 4 ha; e na sequência, 2 hectares, sempre aumentando a quantidade de dados. Sua lavoura correspondeu e ficou mais uniforme, porém, em 2021, Alex se perguntava: “Qual era o próximo passo?. Seria amostrar a cada 1 ha? Será que isso me trará resultados?
Por conta desse contexto, foi feito o planejamento necessário para que o agricultor entendesse o que deveria fazer a seguir, e para surpresa de todos, boa parte da propriedade não precisava mais da agricultura de precisão. O objetivo dessa tecnologia já havia sido atingido: a variabilidade espacial estava dominada – naquilo que era pertinente, mas isso não foi falado para o agricultor. Portanto, por conta do resultado obtido com o -planejamento, toda a estratégia usada até então foi alterada, reduzindo o custo médio das despesas.
Tecnologia inceres ajuda no planejamento da fertilidade do solo e na otimização dos recursos.
Dentro de uma mesma fazenda existe uma grande variabilidade entre os talhões. Enxergar as diferentes necessidades e definir a parte que deve ser priorizada, é imprescindível para a prosperidade da lavoura. Se o processo não for olhado como um todo , não se consegue priorizar nem decidir o que fazer primeiro, ocasionando muitas perdas.
Por isso, a InCeres tem investido no planejamento da jornada da fertilidade do solo e na nutrição de plantas, desenvolvendo ferramentas para ajudar o consultor/produtor a escolher a tecnologia mais adequada para cada talhão e planejar seu uso.
Uma dessas ferramentas é o PIT – Planejamento Integrado de Talhões. A partir do histórico dos talhões, como produtividade, culturas plantadas, datas de plantio, irrigação, entre outras, desenvolvemos um algoritmo que agrega essas informações a imagens de satélite, conseguindo identificar em quais situações a variabilidade afeta o resultado do agricultor e indicar qual a melhor tecnologia a ser aplicada em cada talhão.
A InCeres é uma empresa de agricultura digital focada em soluções tecnológicas para gestão da fertilidade do solo por meio de uma plataforma inteligente.
A plataforma da InCeres é um software focado na coleta e análise de dados agrícolas que visa monitorar e planejar recursos. Assim, auxiliamos o produtor na tomada de decisões que melhorem a eficiência da sua produção com a economia de insumos.
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