Startups Empresa recebeu aporte de R$ 2 milhões de Leonardo Maggi
A família Maggi nunca passou anônima no campo brasileiro. Reis da soja, os herdeiros de André Maggi já fizeram até ministro de Estado e comandam a maior trading agrícola de capital nacional. Num mundo cada vez mais conectado, também se mexem para não ficar de fora da agricultura 4.0.
Neto do fundador e membro do conselho de administração da Amaggi — produtora, trading e processadora de grãos que fatura mais de US$ 5 bilhões —, Leonardo Maggi é o provocador da família quando o tema é inovação, o que lhe dá familiaridade com o ambiente das agtechs.
Há três anos, Leonardo levou os diretores da companhia para um circuito no Vale do Silício. Logo o empresário ganhou o crachá de chefe de inovação e ajudou a ampliar as conexões da Amaggi com as startups agrícolas, o que também começou a render investimentos para sua carteira pessoal.
A InCeres, startup de agricultura de precisão que vem ajudando a digitalizar o histórico de uma fazenda da Amaggi em Sapezal (MT), acaba de receber um aporte de R$ 2 milhões do empresário, numa rodada que avaliou a agtech de Piracicaba, no interior paulista, em R$ 28 milhões.
Desde que foi fundada, a startup recebeu R$ 8 milhões em rodadas de capital. A SP Ventures, gestora de venture capital especializada em agtechs, fez o primeiro investimento na agtech em 2016, quando injetou R$ 2,5 milhões. Dois anos depois, a gestora acompanhou outra rodada na empresa.
“Tudo que estava no Excel está indo para o sistema, que começa a gerar informações com inteligência artificial dando respostas para as aplicações de defensivos. Se a InCeres faz um trabalho legal na Amaggi, consegue para todo mundo”, diz Leonardo.
A InCeres quer mudar de escala, agregando serviços de assistência técnica para os agricultores. No cultivo de soja, a assistência aos pequenos produtores poderia agregar em produtividade — a média nacional é de 58 sacas por hectare, mas um produtor sem tecnologia pode fazer menos de 40.
Hoje, a tecnologia da InCeres chega a cerca de 60 mil produtores, principalmente associados de cooperativas como a goiana Comigo, as paulista Copercitrus e Coplacana e a paranaense Integrada. “Imagina um pequeno agricultor com o mesmo nível de produtividade de um grande. Nós conseguimos fazer isso com baixo custo, em parcerias com cooperativas”, afirma o xará Leonardo Menegatti, engenheiro agrônomo que fundou a startup.
Este texto foi originalmente publicado pelo Pipeline, o site de negócios do Valor Econômico.
Luiz Henrique Mendes
De São Paulo