Checklist: como aumentar a produtividade na cana-de-açúcar?

combarter baixar produtividade da cana
Combater a baixa produtividade de cana não é tão difícil quanto parece.

Muito investimento, muito estudo, tudo muito bem planejado… Mas na hora da colheita, o resultado deixa a desejar. A baixa produtividade é algo que nenhum produtor quer ver de perto (ou sentir no bolso)!
Na cultura da cana-de-açúcar isso não é diferente, e as expectativas são altas. O mercado global aposta em uma colheita robusta para a safra 2017/2018, com números previstos entre 590 e 610 milhões de toneladas.
Com um cenário favorável para a produção e comercialização da cana, não existe hora melhor para parar e pensar: qual a maneira certa de combater a baixa produtividade da lavoura e intensificar os lucros?
Não é tão fácil como uma receita de bolo, mas o caminho a se seguir está bem claro. É hora de acompanhar um checklist básico, com 5 passos para você otimizar sua produtividade ao máximo e decolar junto com o setor sucroalcooleiro do Brasil.
 

1 – Amostragem de solo

O solo não é uniforme em sua totalidade, como todos nós sabemos. E, ao contrário do que muitos pensam, a agricultura de precisão e nenhum outro conceito de agricultura são capazes de uniformizar o solo.
Portanto, a conversa aqui não é buscar essa uniformidade por meio da agricultura de precisão, para que todo o terreno produza a mesma quantidade na hora da colheita. O segredo para aumentar a produtividade neste ponto é saber conviver com essas variáveis do solo da melhor maneira possível.
A melhor maneira de se entender o solo com propriedade é fazer um processo de coleta e análise de solo com excelência. Exemplo disso é a geoestatística, conceito aplicado na agricultura de precisão para gerar uma grade amostral mais efetiva, com menos pontos coletados.
Calibrando o sistema com as profundidades à serem coletadas, bem como os nutrientes analisados pelo laboratório, o sistema indica os pontos de coleta do solo, com maior precisão e resultados em um nível maior de excelência.
Depois da programação e coleta do solo, as análises vão para o laboratório e em breve os resultados serão concebidos. Com isso, você terá uma visão mais ampla sobre a qualidade do solo em que a cana será cultivada, bem como poderá se preparar melhor para a etapa de correção.
 

2 – Agricultura de precisão

Para entender um pouco mais sobre os benefícios da agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar, a InCeres produziu um webinar sobre mapas de produtividade em cana-de-açúcar, apresentado pelo prof. Paulo Graziano (Feagri/Unicamp). Vale a pena conferir para se aprofundar mais no assunto.
Os itens 1 e 3 desse checklist tem uma correlação enorme entre si, e a importância de cada um deles é essencial dentro de todo o processo. O elo que liga (e otimiza) ambos é a agricultura de precisão, por isso falaremos dela agora, no meio dos dois pontos da lista.
O profundo conhecimento sobre as características e potenciais do solo – que só a agricultura de precisão pode oferecer – é um passo essencial para que a produtividade da cana atinja seus níveis máximos ao fim da colheita.
A razão disso? Simples. O conceito principal da agricultura de precisão é conhecer a fertilidade do solo que será cultivado, conhecendo suas variáveis nos diferentes pontos do terreno onde será feito o plantio.
Com isso, consegue-se compreender quais partes possuem maior potencial produtivo, quais necessitam de maior correção na fertilidade e quais delas não conseguem ir além do que podem produzir, mesmo com correções.
Isso permite um panorama mais claro de quais áreas podem obter maior rendimento na produtividade, bem como onde estão os pontos corretos em que o investimento em insumos, adubação e correção são necessários e viáveis para um aumento na produtividade.
Detectando quais pontos precisam de investimento maior e menor, quais partes do solo precisam de atenção e até onde elas podem render. É o segredo da agricultura de precisão em benefício de uma maior produtividade da cana.
 

3 – Correção e adubação

O processo de conhecimento das características de fertilidade do solo (via agricultura de precisão, por exemplo) encabeça os trabalhos desse checklist nos momentos pré-plantio.
Por isso, vale um destaque em duas etapas dessa jornada, que merecem uma atenção maior e mais detalhada, a primeira delas é a parte da amostragem do solo, que já foi citada acima. Agora o papo é sobre correção e adubação.
Como já citado anteriormente neste artigo, não adianta se iludir no conceito de que o solo é uniforme ou pode ser posto neste patamar igualitário em toda sua extensão. A chave do sucesso é conviver com estas diferenças e saber quais pontos podem ser corrigidos e otimizados.
Por isso vale um investimento na amostragem do solo feita com qualidade, na coleta e processamento destes dados, para chegarmos bem “nutridos de informações” na etapa de correção e adubação do solo.
Com as informações de cada setor do terreno a ser cultivado, o produtor sabe especificamente qual local necessita de uma maior correção de nutrientes para ser mais produtivo, ou qual setor precisa de menor atenção com a adubação.
Isso, por si só, já é garantia de dinheiro no bolso e tempo de sobra no relógio. Já está no passado o conceito de se aplicar a mesma quantidade de corretivos e adubo no solo para o campo como um todo, até mesmo nas áreas em que nem seria necessária uma correção por ter um potencial alto de produtividade.
No final das contas, na hora da colheita, o resultado é visível: cada parte do terreno cultivado produziu em seu potencial máximo, os investimentos foram controlados e certeiros antes do plantio, e a produtividade do campo chegou no pico de sua capacidade.
 

4 – Qualidade no plantio

Não existe razão para prezar pela qualidade nos processos pré-plantio e, “na hora H”, optar por material fraco na hora de plantar a cana, não é mesmo?
Como bem destaca a Ageitec (Agência Embrapa de Informação Tecnológica), é de extrema importância que o produtor escolha, antes mesmo do plantio, mudas de qualidade que se adaptem às peculiaridades da propriedade.
A principal razão para isso é aproveitar ao máximo os recursos naturais do solo para que, ao fim do processo, a produtividade seja impactada positivamente. Por isso é importante estar atento à qualidade das mudas, na quantidade de gemas das mudas plantadas, etc.
Outro ponto de extrema importância é saber a procedência das mudas de cana que serão utilizadas, para se certificar de que o resultado final será mais efetivo ainda, já que a etapa inicial foi concebida com mudas de qualidade.
 

5 – Plantar e colher na época certa!

Essa é a última chave do tesouro que envolve uma melhor produtividade na cana-de-açúcar.
O clima tropical é muito propício para a produção da cana-de-açúcar – um dos motivos que faz do Brasil um dos expoentes na produção mundial do produto – então é de suma importância dar atenção para a colheita no momento certo.
A Ageitec indica que o cultivo da cana-de-açúcar necessita, basicamente, de três fatores para obter sucesso: alta disponibilidade de água, altas temperaturas e alto índice de radiação solar. Isso tudo impacta na produtividade da cultura ao longo do processo.
Existem três sistemas diferentes para o plantio da cana-de-açúcar (sistema de ano-e-meio, sistema de ano – que citaremos abaixo – e plantio de inverno), e é aí que está o ponto a se ficar atento na hora da colheita.
O sistema de ano, como o próprio nome diz, leva em consideração um período de 12 meses de cultivo, geralmente com início entre outubro e novembro. Possui vantagens e desvantagens em sua aplicação, como você pode acompanhar no artigo original.
Já no sistema de ano-e-meio, o plantio ocorre entre janeiro e março. Todo o processo se desenrola por um tempo maior, com um crescimento mais lento na primeira metade do sistema, e com indicação de colheita no período entre 16 e 18 meses.  É considerado o sistema com maior potencial de produtividade, já que o tempo para crescimento é maior.
Respeitar essa ordem cronológica é essencial para que, no momento certo e seguidos os passos anteriores, seja colhida uma cana de qualidade e, principalmente, seja cada vez maior o nível de produtividade do campo.
 
Essa é só uma introdução em alguns pontos que, quando postos em prática, podem trazer resultados visíveis e afastar o fantasma da baixa produtividade da cana.
Temos outros artigos voltados a mais problemas encontrados no campo e algumas soluções que podem ser aplicadas para otimizar a produção, por isso, fique atento e inscreva-se em nossa newsletter.
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