Quais as tendências para agricultura em 2017?

Fique atento e se programe para as tendências na Agricultura nesse ano.

Em 2016 vivemos um ano com alta taxa de desemprego, encolhimento da economia e instabilidade, poucos investimentos, mudanças na política, entre outras coisas que resultaram em muitas incertezas, principalmente na agricultura.
Um novo ano chegou, a perspectiva é de que seja um ano muito bom, em vários aspectos. De início, já se espera que a economia comece a reagir por alguns motivos. Propostas e ações do governo fazem que os agentes econômicos mantenham boas perspectivas.
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as expectativas positivas já estão sendo precificadas na taxa de câmbio, na inflação e na classificação de risco pelas agências internacionais.
Neste ano, a inflação deve se manter dentro do limite superior da meta. Com a estabilização da inflação, associada a estabilização do câmbio e a retomada do crescimento econômico, deve contribuir para a redução das taxas de juros aplicadas sobre o crédito rural para o Plano Agrícola e Pecuário.
Além da economia reagir através das ações propostas pelo governo, a taxa de desemprego tende a cair nesse ano que inicia. O que faz com que mais capital circule no mercado, movimentando ainda mais a economia.
Se tratando de condições climáticas, há quem diga que será um ano favorável para a agricultura, mas também há quem apoie cautela e atenção para que as perdas e prejuízos sejam minimizados.
O ano de 2016 foi um ano de El Niño intenso que por definição é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no Oceano Pacífico Tropical. Altera o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.
Devido a este fato houve interferência na produtividade da safra 15/16. Houve queda de produtividade de modo geral. São dois extremos que o El Niño trouxe: na região produtora do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) tivemos estiagem de novembro a dezembro, nos períodos iniciais da lavoura, afetando a germinação.
Já na região sul do país, tivemos chuva em excesso nos primeiros meses do ano, o que ajudou as culturas de soja e milho, mas afetou as culturas de inverno por excesso de umidade. Esse fenômeno também influenciou no aumento de incidência de pragas e doenças para esses cultivos.
Climatologistas afirmam que haverá o fenômeno La Niña, que por definição também é um fenômeno oceânico – atmosférico, mas, ao contrário do El Niño, caracteriza-se por um esfriamento incomum nas águas superficiais do Oceano Pacífico.
Assim como as características, as consequências da La Niña também são opostas ao El Niño, contudo, as características de um podem não afetar as mesmas regiões afetadas pelo outro. Há a possibilidade de vermos o fenômeno no início do primeiro trimestre de 2017, mas após o fim de um El Niño, existe um período de neutralidade, que costuma durar de 5 a 6 meses.
Esse período de neutralidade tende a favorecer a agricultura, fazendo com que a média de produtividade tenda a aumentar. O fenômeno é marcado pelo resfriamento do Oceano Pacífico, em uma região próxima da América do Sul. Influenciando a circulação de ar e trazendo umidade para a região.
Estudos climáticos indicam chuva acima da média para a região do Matopiba no primeiro trimestre do ano, melhorando o cenário que tivemos na agricultura em 2016. Também há previsão de chuva acima da média nas regiões Sudeste e Sul, embora não sejam frequentes. O calor também é menos intenso nessa época do ano, reflexo dos efeitos da ausência do intenso El Niño.
Com os efeitos da economia e do clima esperados para este ano, o IBGE prevê que agricultura brasileira obtenha safra recorde para 2017.
A projeção do CNA é de que o PIB (Produto Interno Bruto) do Agronegócio deva crescer 2% em 2017. O crescimento do PIB total será um reflexo das ações do governo, como a reforma da previdência social, reforma tributária parcial e PEC que limita os gastos do governo em até 20 anos, quais devem ser apresentadas nesse primeiro trimestre.
Uma boa safra, aumento de área plantada e clima favorável, devem influenciar positivamente a agricultura, principalmente nos setores de insumo e produção primária.
Em 2017, a previsão é de que o Brasil registre 213,7 milhões de toneladas entre cereais, leguminosas e oleaginosas, aumento de 15,3% na estimativa na safra 2016/2017.
O IBGE destaca que o aumento da produção na agricultura se dará em todas as regiões do país, mas o destaque é para o Nordeste que deve apresentar aumento de 73% nessa safra, seguido das regiões Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Sul.

Agricultura digital

agricultura
A tecnologia digital ascendeu nos últimos anos de forma a ganhar todos os tipos de segmento. Algo parecido com a internet nos anos 2000 está prestes a acontecer com a tecnologia da Agricultura Digital. Especialistas dizem que um “boom” no segmento está prestes a acontecer e haverá um estouro na “bolha digital”.
Pois bem, quais seriam os impactos desse “boom”? Quando falamos de agricultura, muitas pessoas que trabalham e/ou vivenciam no meio agrícola ainda possuem pensamentos e hábitos tradicionais e convencionais. O que faz com que ainda tenham certa resistência a adoção dessas novas tecnologias.
Mas acredite, a agricultura da digital vem chegando com carga total e muito rápida e todos tendem a ganhar com essa mudança.
Se pensarmos bem, de que forma são armazenados seus e-mails? Ou sua conta bancária qual você acessa pelo aplicativo no celular, a qualquer hora e de qualquer lugar? Exatamente isso vem acontecendo com a agricultura.
Essas inovações e criações de tecnologia para a agricultura estão surgindo para facilitar a vida dos agricultores e os trabalhadores que vivem no meio.
Inovações estão surgindo para que o manejo da lavoura seja feito de forma mais rápida, com exclusivo e principal intuito de reduzir perdas e aumentar produtividade e lucratividade.
E por que as pessoas estão preocupadas com isso e criando tecnologias para o meio agro? Porque todos ganham. O produtor ganha, o revendedor de máquinas e insumos ganham, o consumidor que está comprando feijão, arroz, carne, etc no supermercado. Essa é uma via de mão dupla! E todos queremos que o país seja o melhor no que faz.

E para agricultura de precisão, o que podemos esperar?

A agricultura de precisão (AP) vem seguindo o mesmo raciocínio. A adoção da tecnologia ainda anda em passos curtos, mas vem crescendo nos últimos anos e a tendência é de aumento nos próximos.
Assim como a agricultura digital, produtores ainda são receosos a essa adoção. Muito se deve ao fato de que algumas empresas entraram no mercado de AP fazendo de forma equivocada e sem embasamento técnico para tal serviço.
Por estes motivos, há quem diga que AP não funciona.
Não funciona se não for realizada de forma correta, se não for tiver conhecimento técnico e estrutura, se não realizar TODA a cadeia da agricultura de precisão. Sim, AP não se resume em amostragem de solo e geração de mapas “bonitinhos”.
O segmento é longo e deve ser respeitado para que se colham bons frutos da adoção de tal tecnologia, que muitas vezes custa caro, mas o reflexo na produtividade pode ser visto em pouco tempo e mostra que o investimento é válido.
Com esta perspectiva, muitas empresas novas estão abrindo portas no mercado brasileiro, muitas startups do agronegócio e em específico na agricultura de precisão estão surgindo para atender tais demandas e trazem consigo inovação e criatividade, para que o produtor tenha as melhores opções e os melhores produtos e serviços para lhes auxiliar no dia-a-dia.
Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), há mais de 70 empresas especializadas em agricultura digital no país e a previsão é que aumente em 210% esse número até o final de 2017.
As perspectivas e expectativas para o ano de 2017 são muito boas. Porém não basta ser um ano bom em relação aos fatores climáticos, fatores econômicos e políticos, adoção de novas tecnologias. Um fator ou outro não sustentara sozinho a produtividade das lavouras, os fatores têm que acontecer em conjunto para que haja tais impactos.

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